Lá no coração de Alcântara, no Maranhão, quando a brisa do mês do Divino sopra entre as ruínas e casarões coloniais, um momento de pura emoção toma conta das ruas de pedra: é o carregamento do mastro da Festa do Divino Espírito Santo, o gesto que abre oficialmente as celebrações mais simbólicas da cidade.
Com os pés firmes no chão e a alma entregue aos céus, os devotos saem em cortejo pelas ladeiras da cidade histórica, guiados por cânticos, promessas e o brilho da fé popular. Não é só uma caminhada. É um ritual de entrega, sacrifício e devoção. É a força de um povo que, mesmo diante das dificuldades, ergue com dignidade o mastro que carrega não apenas um símbolo religioso, mas também séculos de história e resistência cultural.
Festa do Divino Espírito Santo 2025
O destino do cortejo é o Largo de São Matias, onde o mastro é erguido com a força de muitas mãos e fincado no chão como se fosse raiz da própria fé nordestina. Um ato coletivo, que une gerações e traduz o que há de mais profundo na religiosidade popular.
Nesse gesto de levantar o mastro, Alcântara não apenas anuncia o início da Festa do Divino Espírito Santo. Ela faz um chamado à memória, à cultura e à identidade do povo maranhense, conectando passado e presente num laço de devoção que ecoa pelos sinos da igreja e pelas almas dos fiéis.
Ali, o sagrado e o popular se entrelaçam, e cada passo no calçamento antigo da cidade é um testemunho vivo de uma tradição que resiste ao tempo e fortalece a alma de um Brasil profundo, bonito e cheio de fé.
